segunda-feira, 31 de outubro de 2011

CARITAS


Calafrio na espinha é o sinal que anuncia
A alma etérea que deixou o corpo, a vida
Em sintonia com o médium, implora auxilio
Pois sofreu a duras penas, amargo exílio

Em prece clama que a luz do mestre os envolva
E a dor alheia não interfira na labuta
Os bons Espíritos harmonizam o seu corpo
Inicia-se o trabalho mediúnico

Na mesa posta, saboreia-se a doutrina
Doce musica se ouve e um bom perfume
O ser amado viaja em direção ao lume.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

INQUILINOS...


Na casa do meu sentimento;
Algumas mulheres quiseram morar.
Fizeram contrato por tempo,
Por falta de zelo, mandei despejar.
Na porta, agora um aviso,
A quem vier se instalar.
Não aceito inquilino fingido;
Que entra, bagunça e estraga o lugar.
Por fim já troquei a mobília,
E o espaço terei que pintar.
Pois hoje o amor verdadeiro,
Resolveu no peito morar.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

UM RIO DE MULHER

UM RIO DE MULHER



Sentado na cama contemplo
Duas partes de um mundo
Um rio raso e profundo
Incólume se lança ao abismo
Que traz vida e beleza
Que destrói com destreza
O que um dia já foi seu
Sentando ainda contemplo
Cansado, em seu leito adormeço
E sonhando, surtado pergunto
Quer pará-lo?  Nem eu.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

SUBLINHADO

Não vou falar do amor,
Não vou falar da dor,
Nem da flor e seu perfume,
Nem facécia ou queixume;
Hoje não quero nada,
Não quero estrada,
Não vou sair;
Só quero a cama,
E a sua flama,
Vem me distrair;
Só feche a porta,
E o que importa,
É que hoje eu não vou falar....







sábado, 15 de outubro de 2011

O Chá



Os olhares não se encontram
As bocas não reagem
As mãos não mais se tocam
Aos amantes falta coragem

Não assumem que se amam
Pois o orgulho e seus entraves
As verdades mortificam
Enquanto tomam o Chá da Tarde.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Oração pela Inocência



Não posso mais brincar de roda
Não tem cantiga a me embalar
Minha inocência jogada fora
Não tenho data p’ra comemorar

A mão suave que alisa a face
É a mesma mão que alicia o corpo
Caiu por terra o seu disfarce
E agora vivo neste mundo orco

Só peço a Deus apenas um presente
Que ai do Céu mande algum auxilio
Pois a quem me confiou abrigo
São responsáveis por  este martírio

E ao unir estas mãos ingênuas
Que os anjos juntos, orem em meu favor
Pois sou criança, frágil e pequena
Só deveria receber AMOR.

domingo, 9 de outubro de 2011

MENTIRAS


Em frente à tela decidi
Que não mais escreveria
Nem um risco a mais na linha
Minha rima chega ao fim
Já não vejo mais encanto
Em pintar a tela em branco
Do que nasce e morre em mim
Vou juntar tudo o que tenho
Sentimentos e desejos
Enterrar... É ponto e fim.

ilustração Kammi Atelier - todos os direitos reservados

domingo, 2 de outubro de 2011

TODO MEU!



Hei, devolva que é meu

A você foi emprestado
Com prazo indeterminado
Em plenitude e apogeu
O que era puro e cristalino
Em tristeza e desatino
Em teu corpo se perdeu
Rompi nosso contrato
Sou livre e não disfarço
Aprendeu... Coração Sandeu?

sábado, 1 de outubro de 2011

TENS TEMPO?




Levanta...
A vida não espera o moribundo
Sacode...
A poeira entranhada em tua alma
Desperta...
Do transe que padeces em poço imundo
Da escória que alardeia o fim de tudo

Respira...
Haurindo o que há de bom na tua história
Abraça...
Àqueles que oferecem o auxilio amigo
Renasça...
Descubra o que tens encarcerado lá no fundo
Pois amigo, a vida não espera o moribundo