quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

No compasso

Compus a mais linda sinfonia
Andante allegro, eu diria.
Sem bemóis ou sustenidos
Vou cifrando a alegria
Que não se faz diminuta
Mas uma oitava acima
Para exaltar harmonia
Na partitura da minha vida.

Névio Burgos

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Decepção!

Decepção é um sentimento esquisito

É água parada que não move moinho

É flor sem perfume, um talo com espinho

Só serve para arranhar a alma d’gente.

Pobre d’aquele que sente

Ah, Saudade!


‎"Saudade boa tem lugar reservado

 Um pouquinho apertado no meu coração

 Às vezes sapeca, vem brincar no peito

 Atiçar a lembrança e carregar a emoção.

Dignidade

"Dignidade é aquela perdida

 Que deixaste estirado no chão

 Enquanto implorava em vão

 O amor que anunciava partida"





Pra que ficar juntando os pedacinhos?



Não aceito menos do que mereço. Não quero viver de fragmentos, juntando as partes do que descolou. Quero inteiro, intenso e verdadeiro! Quero mais e isso é menos do que podes oferecer!Então desencana! A porta já estava aberta, quando você por ela entrou. Mas faça um favor e disso não abro mão! Lave bem as roupas, pois o meu cheiro me pertence e posso dá-lo a outro alguém! No mais lembra a velha Canção... Adeus também foi feito pra se dizer!

Névio Burgos

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Só Rimo Com Você



Rimei meu amor com o seu
Primeiro verso, o aconchego
Segundo verso, o meu desejo
Em sua boca se intrometeu

Em cada estrofe, você e eu
Exclamações e reticências
Ponto a ponto, as indecências
Aproximamo-nos do apogeu

E no final de lindo tema
Entrelaçados em nossa rima
Breve pausa... Mais uma vírgula
Poema bom... Nunca termina.

sábado, 19 de novembro de 2011

Como se não houvesse amanha...


Nada como o tempo para mostrar
Que é preciso se amar
Para poder gostar de alguém
Pois amar é cuidar
É aprender a se doar
Não se doa o que não tem
E como diz certo alguém
Amar sem parar para pensar
Pois amanha o amor não há.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Qual é a sua cor?


Minha cor é de gente
Que sob o sol quente
Reclama do calor
Eu tenho a cor do mundo
Cuja lagrima vem do fundo
Quando sofre por amor
Minha alma é colorida
É da cor que a vida pinta
De uma raça multicor
Então eu te pergunto
Porque me discrimina
Qual é a sua cor?

UM DIA

Não foi agora, mas um dia será
Que meus versos dispostos na areia
Que o mar revolto agora saboreia
E as gaivotas estão a grasnar

Serão levados a outros portos
E o vento atrevido ira assoviar
E a linda menina de olhar absorto
Embalada nas rimas ira repousar.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

CARITAS


Calafrio na espinha é o sinal que anuncia
A alma etérea que deixou o corpo, a vida
Em sintonia com o médium, implora auxilio
Pois sofreu a duras penas, amargo exílio

Em prece clama que a luz do mestre os envolva
E a dor alheia não interfira na labuta
Os bons Espíritos harmonizam o seu corpo
Inicia-se o trabalho mediúnico

Na mesa posta, saboreia-se a doutrina
Doce musica se ouve e um bom perfume
O ser amado viaja em direção ao lume.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

INQUILINOS...


Na casa do meu sentimento;
Algumas mulheres quiseram morar.
Fizeram contrato por tempo,
Por falta de zelo, mandei despejar.
Na porta, agora um aviso,
A quem vier se instalar.
Não aceito inquilino fingido;
Que entra, bagunça e estraga o lugar.
Por fim já troquei a mobília,
E o espaço terei que pintar.
Pois hoje o amor verdadeiro,
Resolveu no peito morar.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

UM RIO DE MULHER

UM RIO DE MULHER



Sentado na cama contemplo
Duas partes de um mundo
Um rio raso e profundo
Incólume se lança ao abismo
Que traz vida e beleza
Que destrói com destreza
O que um dia já foi seu
Sentando ainda contemplo
Cansado, em seu leito adormeço
E sonhando, surtado pergunto
Quer pará-lo?  Nem eu.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

SUBLINHADO

Não vou falar do amor,
Não vou falar da dor,
Nem da flor e seu perfume,
Nem facécia ou queixume;
Hoje não quero nada,
Não quero estrada,
Não vou sair;
Só quero a cama,
E a sua flama,
Vem me distrair;
Só feche a porta,
E o que importa,
É que hoje eu não vou falar....







sábado, 15 de outubro de 2011

O Chá



Os olhares não se encontram
As bocas não reagem
As mãos não mais se tocam
Aos amantes falta coragem

Não assumem que se amam
Pois o orgulho e seus entraves
As verdades mortificam
Enquanto tomam o Chá da Tarde.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Oração pela Inocência



Não posso mais brincar de roda
Não tem cantiga a me embalar
Minha inocência jogada fora
Não tenho data p’ra comemorar

A mão suave que alisa a face
É a mesma mão que alicia o corpo
Caiu por terra o seu disfarce
E agora vivo neste mundo orco

Só peço a Deus apenas um presente
Que ai do Céu mande algum auxilio
Pois a quem me confiou abrigo
São responsáveis por  este martírio

E ao unir estas mãos ingênuas
Que os anjos juntos, orem em meu favor
Pois sou criança, frágil e pequena
Só deveria receber AMOR.

domingo, 9 de outubro de 2011

MENTIRAS


Em frente à tela decidi
Que não mais escreveria
Nem um risco a mais na linha
Minha rima chega ao fim
Já não vejo mais encanto
Em pintar a tela em branco
Do que nasce e morre em mim
Vou juntar tudo o que tenho
Sentimentos e desejos
Enterrar... É ponto e fim.

ilustração Kammi Atelier - todos os direitos reservados

domingo, 2 de outubro de 2011

TODO MEU!



Hei, devolva que é meu

A você foi emprestado
Com prazo indeterminado
Em plenitude e apogeu
O que era puro e cristalino
Em tristeza e desatino
Em teu corpo se perdeu
Rompi nosso contrato
Sou livre e não disfarço
Aprendeu... Coração Sandeu?

sábado, 1 de outubro de 2011

TENS TEMPO?




Levanta...
A vida não espera o moribundo
Sacode...
A poeira entranhada em tua alma
Desperta...
Do transe que padeces em poço imundo
Da escória que alardeia o fim de tudo

Respira...
Haurindo o que há de bom na tua história
Abraça...
Àqueles que oferecem o auxilio amigo
Renasça...
Descubra o que tens encarcerado lá no fundo
Pois amigo, a vida não espera o moribundo

domingo, 25 de setembro de 2011

O MEU CANTO,COLIBRI!



Fui buscar além dos montes
O teu canto, Colibri
Pra saber qual é a fonte
Da beleza e frenesi

Descobri pra meu espanto
O que eu sempre procurei
Não estava n’outro canto
Estava em mim, Colibri!Achei

sábado, 17 de setembro de 2011

LITÍGIO



Anoitece em meu corpo os desejos
Cegueira da alma no ato de amar
Não saciam, são escusos teus beijos
Frialdade da índole não se deve aceitar

No peito cravaste a insígnia
Sórdida ferida túrgida na dor
Arrimei em tuas mãos minha vida
Em troca, a lagrima, o ódio e o rancor

Mas agora acabou teu prestigio
Ofereço-te o amaro desprezo
Traidora! neste mundo, te rejeito

domingo, 11 de setembro de 2011

ENGASGO



Liberta-me amor languinhento
Desata-me de sua entranha
Azoa-me o seu sentimento
Sufoca-me esta falsa ronha

Lorota... Balela... Patranha

Desanca-me o seu orgulho
Iludi-me sua lascivez
Atropela-me com seu engulho
Abraça-me... È a ultima vez.

À PERFEIÇÃO



Quando eu voltar à minha casa
Despido da couraça mortal
Vou refletir sobre a vida passada
Se conquistei a beleza moral

Abraçar a verdadeira família
Matar a saudade da longa viagem
E depois preparar outra vida
Reencarnar necessita coragem

E sei não caminho sozinho
Mentores divinos iluminam a chegada
Eis que nasço... Novos desígnios
Recomeça a jornada

domingo, 4 de setembro de 2011

SEARA PERDIDA



Nas múltiplas existências da Alma
Expiando minhas faltas e culpas
Encontrei em momentos de angustia
Uma luz cintilante por guia

Perdido no fel da loucura
Prostrado diante da dor
Descobri no egresso da vida
Que o bálsamo era o etéreo amor

Encarnado, me atrevi na duvida
Alheado nos prazeres... Dissoluto!
Nesta senda... Um novo tributo!

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Vuuu...Vuuuu...Vuuuuuuuu!



Sussurrei teu nome ao vento
Cantei pra ele a minha dor
Falei da vida sem teu alento
Do meu amor foi confessor

Breve silencio se fez no tempo
Nem assovio e nem rajadas
O sopro anémico, num movimento
Fez alarido em trovoadas

Num pé-de-vento foi meu cício
Foi contar à minha amada
Do meu pranto e sacrifício

Corre o mundo furacão
Não me deixa na espera
Traz calmaria ao coração.

sábado, 27 de agosto de 2011

IMORTAL


IMORTAL

Anelante teu corpo suplica
Caricias que não posso dar
Fulguram em teus olhos, desejos
Embaido em meus pérfidos beijos

Reluto, ad aeternum é o jugo
Pois do nume me fiz libertar
Não aceito sozinho o destino
Tua alma irei desposar


Pende a nuca virgem Dulcinéia
Vou sorver teu fluido vital
Vermelho e cálido é o éter infernal

Neste instante só a Lua é platéia
Rompe à noite a aurora letal
Deixo o cálice vazio e sem vida... Imortal!

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Minha arte...Meu ofício !


Nas entrelinhas escondido
Em cada vírgula, traço e ponto
Os rabiscos em desalinho
No papel têm justo encontro

Da cachimónia fervilhante
As imagens se projetam
Sentimentos rutilantes
Das palavras se apoderam

Porejam amor, ternura e desejo
Às vezes angustia, loucura e dor
Dissipam nas linhas alguns segredos
Que coram o mais acerado autor

Aos olhos se formam os belos poemas
Mágicas histórias... Tragédias gregas
E antes que o verso chegue ao fim
Dele se envaidece... É o seu galarim.

Buraco Baldado!


Pela fechadura...teu corpo nu
Me admiro ao ver...Toalha Felpuda

sábado, 20 de agosto de 2011

AMOR SINFÔNICO



Porta aberta, entre e sente
Teu lugar foi reservado
Mas te peço não se ausente
Mostrarei o meu trilado

Vou tocar a minha lira
Som d’alma escuta o canto
Acompanha-me a lua
Cingi o palco negro manto

E ao fim de lindo ato
Em cadência e harmonia
Adormeço em teu regaço

Ao raiar a luz do dia
No retinir de nosso beijo
Surge nova sinfonia

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

A lua,violão e amigos!Show....


À DERIVA


Vou ao mar espalhar estas cinzas
Saudade doída ancorada no peito
Que o mar turbulento a receba
Voragem valente lhe aplaque o efeito

Naufragado à deriva jazia
Bradava a partida antes da chegada
Surgidouro distante à penedia
Preferistes afogar-se em água parada

Ao fim te encontre a quimera
E te leve ao profundo abrigo
Deixarei meu batel n’outro porto
Teu fanal se apagou, segue a vida

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

VOLÚPIA

Teu corpo
Ataca
Encaixa
Molda;
 Abraça
O meu
Contido
 Rijo;
Na boca
O seio
Esfrega
Assanha;
Cavalga
Arranha
Prazer
Desejo;
Exala
Na pele
O cheiro
O cio
De dentro
Do centro
Do teu aconchego

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

TINTA, PAPEL E LETRA

Na tangível loucura do ato
Em que a mão tremula rejeita
O cautério de seus sentimentos
Em tinta, papel e letra

Pedante da coisa escrita
Caustico ego ora arrefecido
Susta a visão da divina volúpia
Mata a garatuja, infame o rabisco

Versar perdeu o encanto, do engenho desconfia
Nem dor, nem alegria, é fugidia intimação
Descompassa o soneto, insolvente inspiração